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terça-feira, 1 de novembro de 2011

O SABOR DO ZEN



Minagawa Shunzaemon, célebre poeta muito apegado à rima e adepto do zen, ouviu falar num famoso mestre zen, Ikkyu, chefe do templo de Daitoku-ji, situado na região dos campos violeta. Desejando tornar-se seu discípulo, foi visitá-lo. À entrada do templo, entabularam o diálogo.

Ikkyu perguntou:


- Quem és tu?


- Um budista - respondeu Minagawa


- De onde vens?


- Da vossa província...


- Ah!... E que tem acontecido ali nos últimos dias?


- Os corvos crocitam, os pardais chilream.


- E onde crês estar agora?


- Nos campos violeta.


- Por quê?


- As flores, essas glórias da manhã... o áster, o crisântemo, o açafrão...


- E quando murcham?


- É Myiagino (campo decantado pela beleza das flores de outono)


- Que acontece nesses campos?


- Ali flui o rio, varrido pelo vento.


Estupefato ao ouvir tais palavras, que tinham o sabor do zen, Ikkyu levou-o para seu quarto e ofereceu-lhe chá. Em seguida compôs, de improviso, os seguintes versos:


" Um prato delicado eu quisera te dar,


Mas ai de mim, o zen nada pode ofertar..."

Respondeu o visitante:


" O espírito que só pode oferecer-me o nada


é o vazio original


Iguaria delicada entre as mais "


Profundamente comovido, o mestre concluiu:


- Meu filho, aprendeste muito !!!
Pesquisa: Karen Griesang (Sisaray Rupanco)

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