Powered By Blogger

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Os mais antigos ícones entalhados de figuras divinas neolíticas



Os mais antigos ícones entalhados de figuras divinas neolíticas foram encontrados na área outrora ocupada pela Antiga Europa (por volta de 4300 a.C. ). Há pinturas e esculturas paleolíticas muito anteriores nas regiões sul e oeste da Europa, mas estamos preocupados apenas com itens rituais práticos, pois estão associados a cultos formalizados.

A mais antiga imagem do Deus Cornífero na Wicca apresenta-o como um deus com os chifres de um alce. Nessa forma, ele representava o Senhor da Floresta, abastecendo as necessidades da vida humana bem como da animal. O alce foi escolhido como símbolo. Iniciaremos nossa busca pelo antigo deus da Wicca por onde seus primeiros ícones surgiram, no sul dos Alpes na Antiga Europa. Essa forma de deus continuou a ser cultuada até a transição para a agricultura, e seguiremos essa evolução no decorrer do capítulo.

A medida que os humanos se estabeleciam em um determinado local para cultivar plantações, eles também desenvolviam sua habilidade em domesticar animais. Bodes assumiram maior importância e acabaram por substituir o símbolo do alce na cultura humana. Assim, o deus com cornos de alce da sociedade dos caçadores-coletores foi transformado no deus com chifres de bode da comunidade agrícola. Nesse estágio de desenvolvimento ele assumiu outros aspectos, refletindo o desenvolvimento da compreensão humana, pois tais humanos não mais eram aqueles primitivos habitantes das florestas; eram agora construtores de civilizações. É interessante notar, contudo, que o deus com chifres de bode ainda retinha a natureza selvagem do alce em seu interior, como atesta a natureza do deus Pã.

O Deus Wiccano era conhecido por muitos nomes em tempos antigos. Originalmente, era conhecido como “O Chifrudo”. Em latim, algo como Cornuno: cornu significa “chifre” e uno, “um”. Essa é a base para o nome do deus alce celta Cernunnos, o qual foi reconhecido e nomeado pelos romanos em seus contatos com o povo celta. Era também conhecido pelo nome de Dianus (do latim divianus, “o divino”), e como Dionísio (ou Dionysus, “o divino de Nicéa”). Nas regiões celtas era chamado de Myrddin, Suibhe Geilt, Cernowen ou Hu Gadarn, bem como muitos outros nomes além de Cernunnos. (...)

Os Druidas foram também associados ao deus cornífero celta Cernunnos (se bem que mais comumente como Hu Gardan), o qual surgiu das crenças locais dos celtas e, posteriormente, absorveu as Doutrinas Misteriosas importadas pelos romanos.

Imagens de seres com chifres aparentemente são as mais primordiais representações da divindade masculina. Surgiram pela primeira vez em pinturas e entalhes nas paredes de cavernas no período paleolítico e posteriormente em estátuas e ícones na era neolítica da Antiga Europa. A mais famosa pintura de uma figura masculina com chifres é o que os arqueologistas alcunharam de “O Sacerdote” de Trois Freres (no sul da França). Essa imagem segundo consta, retrata um homem trajando peles e chifres de animais, talvez um xamã, aparentemente associado à magia de caça ou a uma cerimônia envolvendo a presa.

Cernnunos é o nome de um dos deuses celtas mais antigos e também conhecido como Deus Cornífero, por ser muitas vezes representado como um homem com chifres adornando a cabeça. É o Deus da fertilidade, da abundância, e Patrono da Caça para os povos antigos. Ás vezes era representado alimentando animais; também podia mudar de forma e aparecer como cobra, lobo ou veado.

Na vertente Britânia Continental da Tradicão Céltica , Cernunnos também assumia um importante papel como Consorte da Deusa Tríplice.O Deus tem sido reverenciado há eras. Ele não é a deidade rígida, o Todo-Poderoso do cristianismo ou do judaísmo, tampouco um simples consorte da Deusa. Deus ou Deusa, eles são iguais, unidos.

Vemos o deus no Sol, brilhando sobre nossas cabeças durante o dia, nascendo e pondo-se no ciclo infinito que governa nossas vidas. Sem o Sol, não poderíamos existir; portanto, ele tem sido cultuado como a fonte de toda a vida, o calor que rompe as sementes adormecidas, trazendo-as para a vida, e instiga o verdejar da terra após a fria neve do inverno.

O Deus é também gentil com os animais silvestres. Na forma do Deus Cornudo, ele é por vezes representados por chifres em sua cabeça ,que simbolizam sua conexão com tais bestas. Em tempos mais antigos, acreditava-se que a caça era uma das atividades regidas pelo Deus, enquanto a domesticação dos animais era vista como voltada à Deusa.

Os domínios do deus incluíam as florestas intocadas pelas mãos humanas, os desertos escaldantes e as altas montanhas. As estrelas, por serem na verdade sóis distantes, são por vezes associadas a seu domínio.

O ciclo anual do verdejar, amadurecer e da colheita vem há muito sendo associado ao Sol, daí os festivais Solares da Europa, os quais são ainda observados em muitas religiões.

O Deus é a colheita plenamente madura, o vinho inebriante extraído das uvas, o grão dourado que balança num campo ,as maçãs vicejantes que pendem de galhos verdejantes nas tardes de outono.

Em conjunto com a Deusa, também ele celebra e rege o sexo. As religiões Europeias e suas derivações não evitam o sexo ou falam sobre ele por palavras sussurradas. É uma parte da natureza e assim é aceito. Por trazer prazer, desviar nossa consciência do mundo cotidiano e perpetuar nossa espécie, é considerado um ato sagrado. O Deus nos imbui vigorosamente no desejo que assegura o futuro biológico de nossa espécie.

Símbolos normalmente utilizados para representar ou cultuar o Deus incluem a espada, chifres, a lança, a vela, ouro, bronze, diamante, a foice, a flecha, o bastão mágico, o tridente, facas e outros. Criaturas a ele sagradas incluem o touro ,o cão ,a cobra, o peixe, o dragão ,o lobo, o javali, a águia, o falcão ,o tubarão, os lagartos e muitos mais.

Desde sempre, o Deus é o Pai do Céu, e a Deusa a Mãe da Terra. O Deus é o céu, da chuva e do relâmpago, que desce sobre a Deusa e une-se a ela ,espalhando as sementes sobre a terra, celebrando a fertilidade da Deusa.







O mais antigo entalhe em cavernas de um deus com chifres de alce encontra-se numa caverna em Camonica, no norte da Itália, e data de cerca de 400 aC. Muitos acreditam que a figura de Camonica é na verdade o deus celta Cernunnos e que o símbolo em seus braços é o torque celta.

(...) Qdo os romanos ocuparam as terras celtas a norte e oeste, depararam-se com uma deidade com chifres de alce de aparência semelhante à do antigo deus itálico. Os romanos identificaram as semelhanças e lhe atribuíram o nome latino Cernunnos, o chifrudo. A influencia da ocupação romana modificou a crença celta de muitas maneiras.

A importância do deus cornífero era seu poder sobre o reino animal, bem como sobre a vida silvestre em geral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário