Powered By Blogger

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A BRUXA DE ÉVORA

Estava dando uma olhada nos tópicos antigos do fórum e encontrei um sobre São Cipriano mas como não encontrei nada sobre A Bruxa De Évora, então resolvi criar este tópico.

A Bruxa de Évora. Um nome, uma referência. Muito falada, pouco conhecida. Ela é o arquétipo da feiticeira da tradição ocidental das culturas de Portugal, Espanha e Brasil. Sua identidade arcana se perdeu, tão antiga que dela se diz que foi mestra de Cipriano, na Mesopotâmia, bem antes deste bruxo virar [ou proclamar que tinha virado cristão].

Ao longo de gerações, através de incontáveis bruxas, curandeiras, rezadeiras, reuniram-se todos os segredos magia antiga dos caldeus, dos celtíberos, dos mouros sarracenos e até dos cristãos. Depois daquela que fez a fama, a Moura Torta, muitas outras feiticeiras, nos sussurros dos vilarejos, foram chamadas Bruxa de Évora, como um sinônimo para Bruxa das Encruzilhadas.
Imagem
A migração da mítica da Bruxa de Évora:
da Babilônia até a Península Ibérica



Porém, esse encontro NÃO ACONTECEU na península Ibérica, como sugere o termo designativo, distintivo da Bruxa, Évora que é uma cidade histórica de Portugal.

Segundo a biografia do feiticeiro Cipriano, seu encontro com a Bruxa aconteceu na Mesopotâmia, na Babilônia, [atual Iraque] onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia dos antigos Caldeus [sobretudo Astrologia].

Os dois personagens, já legendários: Cipriano, o Feiticeiro e supostamente, um de seus Mestres, sendo uma certa Bruxa de Évora, parecem ser um caso de migração de mitos e sincretismo cultural.

Ambos, Cipriano e a Bruxa, originalmente, parecem pertencer ao acervo das crenças e figuras mitológicas que chegaram à península Ibérica em diferentes períodos históricos mas que combinaram-se perfeitamente no universo da mítica do sobrenatural: primeiro, chega a lenda Cipriano, já difundida no Martirológio cristão: o caso do Feiticeiro e sua misteriosa mestra de Yeborath. O Bruxo que virou Santo.

Mais tarde, o juntamente com os Mouros sarracenos que invadiram e dominaram o território a partir de 715 d.C., vieram as bruxas misteriosas do Oriente, quase ciganas, as bruxas das Yeborath ou Iebora, das encruzilhadas, das agulhas.

E, se sobre a Bruxa não há registro históricos de espécie alguma, a não ser como arquétipo, sobre Cipriano, o Santo Feiticeiro, existem, ao menos, um parcos documentos, como sua Confissão depois da conversão ao Cristianismo.

Como foi dito, Cipriano – o Feiticeiro não somente encontrou uma certa Bruxa de Evora em sua passagem pela Babilônia como dela teria herdado os livros, as poções, os segredos do poderes de sua Mestra.

Considerando essa informação como fato possível, uma Bruxa ou feiticeira na/ou da Babilônia seria, naturalmente, versada naquele tipo magia característica da cultura Mesopotâmica, aquela normalmente classificada como magia das trevas, da mão esquerda, magia negra: Goecia, necromancia, vidência, evocações, parcerias com demônios, envultamentos [encantamento à distância: os bonecos de cera e as agulhas], oráculos.

Essas bruxas e bruxos foram aqueles que preservaram alguma coisa das tradições da magia das tribos nômades e reino antigos de tempos ainda mais arcaicos entre os quais destacam-se os Caldeus e os Assírios. Era uma Magia de sombras, freqüentemente desprovida de escrúpulos, sem critérios éticos, que livremente associava-se com entidades não humanas e pouco confiáveis: demônios, gênios, formas-pensamento, elementais, espíritos de pessoas mortas.

Uma bruxa assim poderia, mesmo ter existido. E não somente uma, mas várias. As bruxas de-ou-das Evoras seriam algo como uma categoria de feiticeiras. Voltando à etimologia da palavra Évora, embora sejam encontradas raízes em solo europeu, não se pode desconsiderar a Yeborath dos árabes que, como foi explicado tem como significado: Cruzado, cruzamento, encruzilhada.

Uma etimologia que sugere a tradução do termo Bruxa de Évora para Bruxa de Encruzilhada ou, bruxa que faz seus trabalhos em encruzilhadas, lugar de Pactos. [Lembrando uma característica que lembra a divindade grega Hécate, senhora dos encantamentos e do mundo dos mortos.]

_________________
''A mente que se abre a uma nova idéia
jamais voltará ao seu tamanho original.''
Albert Einstein

Nenhum comentário:

Postar um comentário