NANÃ E HÉCATE
Nanã é também uma Deusa da Lua Escura que muito se assemelha a Hécate nas funções de regente dos processos misteriosos da vida e da morte, das passagens difíceis da vida e da entrada nos caminhos árduos da transformação. A nível psíquico, essas passagens não podem ser eliminadas do curso normal da vida.
Nanã, assim como Hécate é a Deusa Terra primordial que dá nascimento às sementes e acolhe em seu seio os mortos. Tanto pode dar vida como a morte, seqüências da mesma realidade. É ainda, Dona da sabedoria e da justiça, que vem da natureza e a sua lei é implacável.
Nanã o Orixá feminino mais velho do panteão, pelo que é altamente respeitada. Veste-se de branco e azul. Suas contas são de louça branca com riscos azuis. Traz na mão o Ibiri, seu cetro, que é feito com palitos de dendezeiro e nasceu junto com ela, na sua placenta. O sincretismo de Nanã com Sant'Ana, avó maternal de Jesus, e padroeira dos professores, reforça a impressão de que ela é muito antiga e que sua chegada ao Brasil foi anterior à dos Yorubas.
A Deusa tanto pode trazer riquezas como miséria. Está relacionada, ainda, ao uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura. Os búzios, que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque lembram os órgãos genitais femininos, também pertencem a Nana.
Entretanto, o símbolo que melhor sintetiza o caráter de Nana é o "grão", pois ela possui o domínio da agricultura e todo "grão" tem que morrer para germinar.
MITOLOGIA
LENDA 1 (Mitologia Fon)
Na mitologia Fon, Nanã Buruku (ou Buluku) que deu nascimento ao gêmeos: Lisa e Mawu. Mawu era a Lua, que teve força ao longo da noite e viveu no oeste. Lisa era o Sol, que fez sua morada no Leste. Quando existia um eclipse dizia-se que Mawu e Lisa estavam fazendo amor. Mawu-Lisa criaram todo o Universo e os Voduns juntos. Eles eclipsaram várias vezes e tiveram no total sete casais de gêmeos (sempre um masculino e o outro feminino).
Mawu e Lisa chamaram seu filhos e os enviaram à Terra como os primeiros habitantes e para que esses os ajudassem a governar a Terra, deram a cada um uma atribuição. Os principais Voduns são: Loko; Gu; Heviossô; Sakpatá; Dan; Agbê; Águé; Ayizan; Agassu; Legba e Fa.
Com o nascimento desses filhos, Nana criou a dualidade que daria o equilíbrio ao mundo e aos seres viventes.
Mawu é o princípio feminino, a fertilidade, a suavidade, a compreensão, a ponderação, a reconciliação e o perdão. Já Lisa é o princípio masculino, o julgador, a impaciência, a força cósmica que castiga os homens errados e os corrige, a seriedade. Ele está sempre atento para que as leis de Mawu sejam cumpridas.
Os fons, ao chegarem no Brasil, eram chamados de "Jejes", implantaram aqui o seu culto, baseado na rica, complexa e elevada Mitologia Fon. Sua entrada no em nosso país ocorreu em meados do século XVII.
Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!).
Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”.
NANÃ BURUKU
Nanã Buruku está associada com as Onze Energias cósmicas e é íntima delas compreendidas ma religião da Umbanda. É denominada como a "Avó de todos os Orixás". Nada acontece sem que ela tenha conhecimento, sempre presente, desde a criação incessante do universo até o desenrolar contínuo da atividade existencial de todos os seres e elementos que compõem o organismo vivo do nosso planeta. Soma-se com outras Energias para, juntas, comporem a forma mais sutil e perspicaz orixá: Oxumaré que personifica a curva do arco-íris.
Na Umbanda, Nanã é configurada pelos fiéis e "filhos de cabeça" como sendo fisicamente uma senhora sempre curvada pelo peso das eras e cujo rosto nunca é visto, porque está sempre encoberto. Sua imagem está projetada na figura de um devoto que canta e dança em seu louvor, mimeticamente, como se embalasse uma criança. Outras vezes com as mãos juntas como se socasse um pilão. Sua postura em muito se parece com o orixá Omolu com o qual parte e reparte suas próprias vibrações preferenciais e idiossincrásicas.
É conhecida também por: Bukuú (Togo), Naná Buluku (Benin, ex-Daomé), Borokô (candomblés de caboclo), Tobossi (fantiashanti), Kerê-Kerê (Angola e Congo) e mais as variantes Naná, Nanã, Nanã Buruquê, Buruku, Ananburuquê, Anaburuku, Naná Buku, Naná Brukung e, na língua yoruba como Nanã Buruiku.
Amei seu artigo!! Obrigada
ResponderExcluirGostei muito. Não tinha lido ou visto ainda essas informações sobre Nanã (a grande Feitixeira) e Hecate
ResponderExcluirEssa indentificacao da deusa c orixá é muito importante saber para os que dia os dois lados como eu. asé,salve.
ResponderExcluir